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Estou cada vez mais estarrecido do quão poderosa é uma afirmativa quando ela é repassada várias vezes e por anos seguidos. O senso comum tem a capacidade de criar verdades paralelas que acabam por valer muito mais do que qualquer outra verdade. Até mesmo a científica (em alguns ambientes). 

Já fui alvo de ofensas e até, acreditem se quiser, ameaças por publicar algumas VERDADES INCÔMODAS nas minhas redes sociais. Mas não vou desistir, continuarei na luta por uma estética mais científica, não abandonarei meus ideais. 

Se você não acredita e/ou não leva em consideração a ciência e resultados baseados em evidências ao escolher suas técnicas e dermocosméticos, você age como um médico que trata o paciente com uma pílula de farinha. 

Já ouvi;

“Ricco mas porque eu faço/vejo gente fazer aquela massagem forte, da boa mesmo, e dá resultado na redução de medidas? E eu te provo na fita métrica seu teimoso!”

Bora lá…

 


Antes de qualquer coisa é importante salientar que REDUÇÃO DE MEDIDAS e REDUÇÃO DE GORDURA não são necessariamente a mesma coisa. Exemplo; Quando um indivíduo com problemas renais diminui a eliminação de líquidos por vias naturais, ele fica “inchado”, logo suas medidas perimétricas apresentam alterações. Quando esse líquido retido é eliminado, ele perde medidas. O mesmo ocorre quando um cliente recebe uma massagem que estimula os sistema circulatório sanguíneo e indiretamente o sistema linfático. Há promoção da eliminação de líquidos retidos contribuindo para REDUÇÃO DE MEDIDAS.

UMA CONVERSA CIENTÍFICA SOBRE O TEMA…

Trechos retirados do trabalho científico de revisão; Efeito da massagem clássica estética em adiposidades localizadas: estudo piloto. Tacani e colaboradores.

Neves e Oliveira (2008) citam que a massagem clássica estética, (também chamada de massagem modeladora, drenomodeladora, modelorredutora, redutora, esculpidora, milagreira, lipoescultura manual) tem benefícios como aumento do metabolismo, auxilia na redução de edemas e MEDIDAS, estimula respostas neuromusculares, aumento da circulação sanguínea. Faz uso de movimentos como deslizamento, amassamento, pinçamento, percussão e fricção. 

Tacani et al (2010) em revisão bibliográfica citam os seguintes achados sobre a massagem clássica estética: Benelli et al. (1999) aplicaram 40 minutos de massagem mecânica no abdome e coxas de 10 pacientes obesas e não observaram alterações significativas de níveis plasmáticos que indicassem a ocorrência de lipólise. Holey e Cook (1997) concluem que ainda não há evidência plausível quanto aos efeitos lipolíticos da massagem. 

Domenico e Wood (1998) afirmam que são inúteis as tentativas de redução de gordura localizada por meio de massagem. Rosenthal (apud Wood & Becker) não constatou qualquer alteração histológica no tecido adiposo após realizar manobras vigorosas de massagem na região abdominal de animais. E para fechar com chave de ouro; Para Fricker et al. (1998), a massagem faz “emagrecer o massagista”. 

Tendo por base esses achados, Tacani et al (2010) concluem em seu estudo que a massagem clássica estética não produziu redução de massa corporal, IMC, nem da espessura da tela subcutânea da região abdominal, contribuiu apenas para a redução do PERÍMETRO do quadril (sugerindo redução de medidas e não de gordura [grifo meu])

ENTÃO A MASSAGEM ESTÉTICA É INÚTIL? 

NÃO!!!

Para Guirro; Guirro (2004) a massagem aumenta a velocidade da circulação sanguínea, promove hiperemia cutânea e elevação da temperatura na pele, esses efeitos são parcialmente reflexos devido a uma liberação de histamina e acetilcolina nos tecidos.

Por meio dessa maior vascularização no local de aplicação, certamente há uma otimização na penetração dos princípios ativos lipolíticos, que agirão na promoção da lipólise. Que vale lembrar, não é o fim no processo de eliminação de gordura. Conclui-se então que a massagem não é o fim, mas um dos meios de promoção da redução de gordura, agindo indiretamente nesse processo.

Então a pergunta é; 

Porque colocar tanta força, e inventar técnicas com rolo de macarrão, desentupidor de pia e afins, numa massagem estética que não vai atingir a gordura (Tecido adiposo)? 

As evidências acima mostram aos profissionais que trabalham com a estética corporal, que eles tem papel fundamental no tratamento de disfunções estéticas, mas que sozinhos não conseguem obter o resultado. 

Quando o profissional tem essa concepção ele divide a responsabilidade com o cliente e ganha um aliado na busca pelos resultados. Conhecimento é a chave de tudo, pois um profissional bem instruído trabalha menos e melhor, não se fadiga no trabalho braçal desnecessário e consegue alcançar resultados excelentes, por meio de uma cosmética complementar eficaz e conscientização do papel do paciente em metabolizar a gordura liberada na corrente sanguínea. (Ex. por meio de atividade física).

Não tenho problemas em expor essas afirmações, e não tenho medo de discussões sadias que elevem o nível do conhecimento. Sou adepto da verdade científica.

Também não tenho culpa da má interpretação de texto de alguns que mal leem o título do texto e já disparam ataques. Não me submeterei a ignorância para agradar ninguém. 

A ciência é como um rio que flui, hoje é assim, amanhã pode ser diferente. Por isso a necessidade de busca constante por aperfeiçoamento e pesquisa. Tenho buscado isso, pois sei que nada sei.

“O errado é errado mesmo que todo mundo esteja fazendo. O certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo.”

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Referências: 
TACANI, Pascale Mutti; MACHADO, Aline Fernanda Perez; SOUZA, Daisy Aparecida do Amaral e TACANI, Rogério Eduardo. Efeito da massagem clássica estética em adiposidades localizadas: estudo piloto. Fisioter. Pesqui. [online]. 2010, vol.17, n.4, pp. 352-357. ISSN 1809-2950.
CASSAR, Mario-Paul. Manual de massagem terapêutica. 1 ed. MANOLE: Barueri-SP, 2001 
Neves SR, Oliveira D. Eficácia da associação de técnicas manuais e eletrotermoterapia na redução de medidas do abdome. Rev Biol Saude Unisep. 2008;1(1):67-71. 
Tacani RE, Cervera L. Técnicas manuais. In: De Maio M. Tratado de medicina estética. São Paulo: Roca; 2004. p.1881-915 PM Tacani, AFP Machado, DA do Amaral Souza Massagem clássica estética na adiposidade Fisioter Pesq . 2010;17(4): 352-7 
De Domenico G, Wood EC. Técnicas de massagem de Beard. 4a ed. São Paulo: Manole; 1998. 
Fricker J, Melchior JC, Duchemin M, Thoumie P, Apfelbaum M. Masso-kinésitherapie et reéducation dans l’obesité. In: Encyclopédie médicale et chirurgicale: Kinésitherapie-Médicine physique-Réadaptation. Paris: Elsevier; 1988. 26-580-A-10, p.1-8. 
Holey EA, Cook EM. Therapeutic effects. In: Holey EA, Cook EM. Therapeutic massage. London: WB Saunders; 1997. p.21-38. 
Benelli L, Berta JL, Cannistra C. Amram P, Benhamou G. Endermologie: humoral repercussions and estrogen interaction. Aesth Plast Surg. 1999;23(5):312-5
GUIRRO, Rinaldo; GUIRRO, Elaine. Fisioterapia Dermato Funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3º ed. rev. ampliada. Barueri, SP: Manole, 2004
BLOG PÉROLAS DA ESTÉTICA.
Massagem modeladora e suas perolas parte 3. Disponível em: http://perolasdaestetica.com.br/2013/12/11/massagem-modeladora-e-suas-perolas-parte-3/ 

Prof. Ricco Porto

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Ricco Porto

Esteticista e Cosmetologo. Pós Graduado em Estética Facial e Corporal, Gestão e Docência em estética, Educador, Pós graduado em Docência do Ensino Superior. Mestrando em Educação. Membro representante da Federação Mundial de Massoterapia (World Massage Federation) desde 2014. Sendo a primeira escola Brasileira com esse título. Docente em cursos de Estética e Massoterapia, atuando como profissional dessas áreas há mais de 17 anos. Palestrante Internacional em Workshops, Simpósios e cursos. Diretor do Instituto Ricco Porto desde 2007.

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