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Com certeza você já se sentiu tentado pelas propagandas que prometem a eliminação de manchas na pele , verrugas, estrias, cicatrizes, acne, caspa, varizes e rugas tudo sem sair de casa e sem ter que “gastar” com profissionais das áreas afins.

E não é pra menos, um dos maiores laboratórios do ramo investe cerca de 7 milhões de dólares por dia em publicidade. Aqueles mesmo sensacionalistas com uma dublagem de novela mexicana. O triste é que esse mesmo laboratório não investe 10% desse valor em pesquisas sérias. (1)

Mas esse é um assunto para outra postagem.

Voltando ao tema proposto…

Seduzidos pelas promessas dos comerciais de TV, revistas de consultoras e Blogs que promovem “reviews” de vários desses produtos, muitas pessoas tem os comprado e utilizado em suas casas. Porém é crescente número de usuários insatisfeitas com a falta de resultados, e o mais grave, diversos consumidores desses produtos estão apresentando reações adversas graves.

E quando me refiro a reações adversas não falo apenas de vermelhidão, irritação ou hipersensibilidade a algum componente da formulação, falo principalmente sobre o mau uso dos produtos, prática proveniente da falta de informações e orientação adequada ao cliente.

Algumas empresas ridicularizam a legislação que as obriga a informar que o produto trata-se de um medicamento, colocando esse informativo ao final do comercial sendo narrado numa velocidade incompreensível aos ouvidos humanos.

Citarei nessa postagem dois tipos comuns de tratamentos em casa, tem dado errado ou tem sido um perigo para saúde e para a “estética” de seus adeptos.

1 – Clareadores que causam manchas e até cancer de pele

Diversos clareadores possuem agentes com efeitos colaterais citotóxicos (processos degenerativos ou de morte celular que atingem em cheio os melanócitos) como Hidroquinona (Que foi proibida na Europa desde 2002) e o Ácido L-Aspártico, causando o aparecimento de pequenas MANCHAS BRANCAS (acromias) em toda a face, uma vez que os melanócitos “sobreviventes” não conseguem atender a demanda de produção de melanina para uniformização do tom natural da pele (2).

Outros componentes ainda, podem sofrer com reações fototóxicas à exposição solar (sem fotoproteção) como as fragrâncias; metilcoumarina, musk, ambrette, as substâncias antibacterianas e ésteres ácidos p-aminobenzóico (3).

A fototoxicidade é uma reação aguda, que pode ser induzida pela simples utilização de uma substância química e concomitante exposição solar (sem fotoproteção), geralmente são acompanhadas de hiperpigmentação (manchas escuras) e descamação (4).

Diversos estudos mostraram que a HIDROQUINONA é uma substância que pode causar câncer; e também indicam os riscos do para sistemas e órgãos diferentes, como o sistema endócrino (5).

Moral da história…

Diversos desses efeitos indesejados, como manchas escuras (hipercromias), descamações e manchas brancas (acromias), após o uso de clareadores, poderiam ser evitados com orientações e supervisão de profissionais qualificados. Fornecendo ao paciente informações sobre a utilização correta do filtro solar adequado para ao fototipo de pele, hidratação, nutrição e tonificação.  Informações que os rótulos dos produtos NÃO OFERECEM!

2 – Tratamento para ACNE que gera ACNE

AÍ O CLIENTE DIZ “Vou dar um jeito nas minhas espinhas, vou espremê-las”

Gzuis, acende a luz!

A acne é uma afecção cutânea causada por infestação da Propionibacterium acnes, uma bactéria Gram-positiva que produz de modo anaeróbio os ácidos propiônico e acético. Se instala no folículo pilosebáceo, promovendo a hiper produção de sebo e conseqüente pré disposição a inflamação local (6).

Quando o indivíduo “espreme as espinhas” em um ponto e volta a espremer em outro ponto, ele distribui essa bactéria até mesmo para locais que ainda nem se quer tinham sido contaminados, e os contamina. Proliferando a bactéria e criando uma novos pontos de acne.

Sem contar que geralmente nesse ato de fazer essa “limpeza caseira” a pessoa não lava as mãos. Mais um ponto para os microorganismos que irão fazer a festa!

MAS AÍ O CLIENTE DIZ “comprei o ASEPX#$@ na farmácia e vou tratar minha acne em casa”

Legal, pensa comigo…

Você compra um sabonete que é “o milagre em barra” lava o rosto no primeiro dia, oh magnific!

Após usar seu belo sabonete você o deixa MOLHADO e DENTRO DO BANHEIRO. Parabéns, você acaba de criar uma nova colônia de férias de microorganismos e a composição do seu produto pode ter sido alterada para sempre (7).

A cada descarga são lançados no ar germes e bactérias e podem ficar em suspenso por até duas horas. Contaminando sua escova de dente, esponja de banho e é claro seu sabonete.

Sabonetes BACTERICIDAS que proliferam BACTÉRIAS? Parece piada, mas não é!

Uma série de “Sabonetes Bactericidas” são vendidos com as propostas de milagre, “Lave seu rosto diariamente com esse produto e estará livre da acne em 7 dias”

Sabonetes bactericidas extra limpantes, adstringentes, com enxofre, esfoliantes, com ácidos e afins.

Longe de mim querer questionar a eficácia desses produtos.

Mas o PROTESTE questionou de alguns e vejam só:

“Foi testada a eficácia dos produtos em quatro bactérias: Escherichia coli presente no intestino grosso e nas fezes humanas, Pseudomonas aeruginosa, causadora da infecção hospitalar, Serratia marcescens, que ataca o sistema urinário e respiratório dos internados e a Staphylococcus aureus que causa infecções na pele a pneumonia.

“Os sabonetes da marca PROTEX BARRA E LÍQUIDO, LIFEBUOY LÍQUIDO e BARRA e DOVE não foram eficientes contra nenhum micro-organismo utilizado no teste.” (8)

Mas voltando ao ASEPX#$@…Digo, sabonete milagreiro.

O indivíduo na melhor das intenções até começa a lavar o rosto direitinho tentando controlar a oleosidade e a acne, porém não tem o conhecimento e instrução suficiente para saber que precisa utilizar um tônico facial, hidratante, filtro solar, gel secativo e tudo isso de acordo com o tipo de pele que possui, e vou além, com a condição atual em que a pele se encontra.

Ou seja…

NÃO PERCA TEMPO E DINHEIRO, PROCURE UM PROFISSIONAL HABILITADO!  

To be continued…

Referências:

  1. BLOG DUOPIXEL: Las prácticas cuestionables de Genomma Lab. Disponível em: http://blog.duopixel.com/articulos/genomma-lab.html Data de acesso: 10/09/2014
  2. Regerol SO, Lugão AB, Ikeda TI, Cruz AS. Teste in vitro de citotoxicidade: estudo comparativo entre duas metodologias. Mat Res. 2003; 6(3):317-20
  3. Groot AC, Bruynzeel DP, Bos JD, Van Der Meeren LM, Van Joost T, Jagtman BA, Weyland JW. The allergens in cosmetics. Arch Dermatol. 1988; 124:1525-9.
  4. Lachapelle JM. Toxicidade orgânica e geral. In: Pruniéras M. Manual de cosmetologia dermatológica. 2.ed. São Paulo: Andrei; 1994.
  5. P Joseph, AJP Klein-Szanto and AK Jaiswal. Hydroquinones cause specific mutations and lead to cellular transformation and in vivo tumorigenesis. Experimental Oncology British Journal of Cancer 1998; 135:1223-4
  6. Priyam Sinha, Shruti Srivastava, Nidhi Mishra, and Narayan Prasad Yadav. New Perspectives on Antiacne Plant Drugs: Contribution to Modern Therapeutics. Biomed Res Int. 2014:301304. Epub 2014 Jul 24.
  7. Patrone V, Campana R, Vittoria E, Baffone W. In vitro synergistic activities of essential oils and surfactants in combination with cosmetic preservatives against Pseudomonas aeruginosa and Staphylococcus aureus. Current microbiology. 2010; 60 (4):237-41.
  8. BLOG PROTESTE: ASSOCIAÇÃO DE CONSUMIDORES. Sabonetes bactericidas não cumprem o que prometem. Disponível em:http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,487661,Sabonetes_bactericidas_nao_cumprem_o_que_prometem_,487661,3.html 

          Prof. Ricco Porto  

 

 

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Ricco Porto

Esteticista e Cosmetologo. Pós Graduado em Estética Facial e Corporal, Gestão e Docência em estética, Educador, Pós graduado em Docência do Ensino Superior. Mestrando em Educação. Membro representante da Federação Mundial de Massoterapia (World Massage Federation) desde 2014. Sendo a primeira escola Brasileira com esse título. Docente em cursos de Estética e Massoterapia, atuando como profissional dessas áreas há mais de 17 anos. Palestrante Internacional em Workshops, Simpósios e cursos. Diretor do Instituto Ricco Porto desde 2007.

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