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É comum eu receber clientes cansados de tratamentos estéticos e até médicos para seus melasmas sem efetividade permanente, o que os deixa totalmente frustrados e descrentes de qualquer alternativa oferecida.

Muitas vezes já desanimados de tanto tentarem soluções sem sucesso, chegam dizendo que será a última tentativa. E tudo isso porque já não suportam ver sua pele clarear e escurecer sucessivas vezes por tratamentos superficiais ou mesmo profundos.

Posso dizer seguramente que a base dos tratamentos para melasmas hoje em dia são os peelings que descamam a pele em diferentes níveis de acordo com a substância, concentração, PH, método de aplicação entre outros. É por isso que resolvi falar do tema.
Mas afinal, o que são peelings?

O termo peeling deriva do inglês to peel, que significa descamar, induzindo assim a renovação celular da epiderme em níveis variáveis, objetivando no caso dos melasmas, a remoção camada da epiderme que contêm excesso de melanina. Como resultado desse processo, há um clareamento superficial notável em um curto espaço de tempo.

Então se os peelings clareiam, seriam estes a solução para os melasmas?

NÃÃÃÃOOO!!

Na verdade está longe de ser isso!

Para entender o porquê da resposta negativa é preciso compreender o que é melasma.

Melasma é uma hipermelanose que atinge principalmente a face, causando manchas de coloração marrom ou enegrecidas, são irregulares e geram um efeito negativo sobre a auto-estima e qualidade de vida do paciente. A doença afeta todas as etnias, porém indivíduos de pele negra são os mais acometidos [1]. A predisposição genética, gravidez, contraceptivos orais, disfunção endócrina, tratamentos hormonais, ou a exposição à luz UV são os principais fatores etiológicos envolvidos no surgimento do melasma [2].

O simples fato de perceber uma característica multifatorial em uma determinada desordem já deveria nos fazer entender que estamos diante de um processo complexo, que exige muito mais que uma única medida para seu tratamento. Fora o fato que, como existem questões intrínsecas envolvidas mesmo atuando da melhor maneira possível, preciso considerar o trabalho multiprofissional, contando por exemplo com um endocrinologista.

Devemos seguir uma linha de raciocínio na abordagem da problemática, sistematizando causas e conseqüências.

Mas como fazer isso? Vamos lá!

Devo me perguntar…Quais as principais alterações que ocorrem na formação do melasma?

(Sintetizando de forma bem simplista, quase grosseira)

• Estimulação à atividade dos melanócitos: Exposição solar sem fotoproteção é um dos maiores agentes causadores dessa hiperatividade.
• Estimulação à síntese da melanina: Ação da enzima tirosinase promovendo a melanogênese.
• Transferência dos grânulos de melanina com pigmentos melânicos para os queratinócitos epiteliais por meio dos prolongamentos dos melanócitos, hiperpigmentando superfície cutânea.

Seguindo essa linha de raciocínio, para nós esteticistas, qual seria uma abordagem terapêutica mais eficaz não só para o clareamento superficial do melasma dérmico, mas também seu controle continuado?

(novamente de forma bem simplista e quase grosseira)

• Remoção da camada hipercrômica presente no tecido cutâneo (Peelings químicos, físicos, enzimáticos e mecânicos).
• Utilização de despigmentantes inibidores da enzima Tirosinase (Belides, Whitesense, Melaslow, Quiditar SRC, Clerilys W, Chromabright, Synovea HR, Ácido Fítico, Ácido Kójico, Alpha Arbutin, Arbutin, Biowhite, Biosome C, entre outros).
• Em função de não oferecer estímulo à melonogênese como fator de proteção natural; Evitar exposições diretas e prolongadas ao sol e utilizar filtro solar com um bom FPS, reaplicando regularmente.
• Bloqueio da transferência de melanina (Despigmentantes como Clerilys W e Cosmocair C 250).

Entendendo essa dinâmica da formação do melasma, conseguimos sistematizar nossa abordagem e perceber que precisamos do auxílio do nosso cliente em todo o processo de tratamento. Tanto na assiduidade e perseverança no tratamento, quanto conscientização de que o seu problema só permanecerá controlado se este desenvolver o hábito do cuidado diário com a pele. Fazendo uso do despigmentante e do filtro solar da forma orientada pelo seu esteticista, bem como na higienização, tonificação e hidratação da pele.

Somente com esses passos mínimos, teremos a capacidade de tratar o melasma de maneira adequada, promovendo sim o clareamento superficial e imediato (o tempo vai depender da abordagem), mas focando no mais importante, a manutenção permanente desse clareamento.

Ps. Foto ilustrativa. Fonte: Google imagens

Ps. Quando disse que seria simplista quase grosseiro eu falava sério, as informações contidas nesse texto não são 10% do que um bom profissional precisa saber para realizar procedimentos de clareamento nos níveis que tenho visto pela net a fora. Por favor, sejamos conscientes e estudemos cada vez mais. Por uma estética mais científica prosseguimos nessa luta que é nossa!

ATENÇÃO: Caso queira COMPARTILHE esse texto, mas por gentileza NÃO COPIE. Mesmo citando a referência, textos incompletos e descontextualizados geram interpretações dúbias.

Prof. Ricco Porto

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Ricco Porto

Esteticista e Cosmetologo. Pós Graduado em Estética Facial e Corporal, Gestão e Docência em estética, Educador, Pós graduado em Docência do Ensino Superior. Mestrando em Educação. Membro representante da Federação Mundial de Massoterapia (World Massage Federation) desde 2014. Sendo a primeira escola Brasileira com esse título. Docente em cursos de Estética e Massoterapia, atuando como profissional dessas áreas há mais de 17 anos. Palestrante Internacional em Workshops, Simpósios e cursos. Diretor do Instituto Ricco Porto desde 2007.

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