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A Lipodistrofia Ginoide (LDG), conhecida popularmente como celulite se refere a uma alteração local do relevo da pele, que adquire uma aparência de casca de laranja, ou colchão. Essa aparência, é resultado do abaulamento de lóbulos de gordura fora de seu quadro conjuntivo, na derme. O fenômeno é mais comumente visto nos quadris, glúteos e coxas, mas também pode ocorrer em outras áreas, incluindo o abdômen. Até 90% das mulheres com mais de 20 anos de idade, são afetados em vários graus, em comparação com apenas 2% dos homens de mesma idade. [1-2]

É vista como uma condição normal pela comunidade médica, mas é uma preocupação séria para a maioria das mulheres afetadas por ela.

Embora a celulite envolva as células de gordura, não é uma manifestação de obesidade, e mesmo jovens mulheres com um índice de massa corporal (IMC) normal podem sofrer desta desordem. [3]

SOBRE A AÇÃO DA CAFEÍNA NO TRATAMENTO DA LDG

As metilxantinas (cafeína, teofilina, e teobromina), são classificados como a principal categoria de ativos comprovadamente eficazes no tratamento da celulite. [4-5]

A metilxantina mais útil e mais segura é a CAFEÍNA, que é normalmente utilizado em concentrações de 1% -2% em formulações cremosas.

A CAFEÍNA pode ser extraída a partir dos grãos de café (Coffea Arábica). Aplicado na forma de creme (uso tópico) ela penetra na pele com muita facilidade, o que otimiza sua absorção e ação. [6]

A CAFEÍNA age diretamente sobre as células adiposas, promovendo a lipólise, inibindo fosfodiesterase, e aumentando assim o AMP cíclico. (Formado por atividade catalítica da adenilato ciclase e hidrolizado pela fosfodiesterase) Ela ainda ativa a enzima lipase triglicerídeo e quebra de triglicérides em ácidos livres e glicerol. Simplificando, reduz gordura do interior dos adipócitos e bloqueia sua remetabolização e rearmazenamento desta.

A CAFEÍNA também tem um efeito estimulante sobre a microcirculação cutânea, melhorando as trocas gasosas e energéticas, bem como a eliminação de toxinas, promovendo a descongestão tecidual local.

SOBRE A AÇÃO DA CAFEÍNA NO TRATAMENTO DA GORDURA LOCALIZADA

Em estudo publicado por VELASCO (2008) foram desenvolvidas duas formulações, uma com CAFEÍNA, e a outra com CAFEÍNA + Benzoato de sódio e foram aplicados topicamente por 21 dias. O estudo considerou os aspectos histológicos por determinação do diâmetro e número de células de gordura. [7]

RESULTADOS:

O creme com CAFEÍNA causou uma redução de 17% do diâmetro das células de gordura.

Já a emulsão com cafeína + benzoato de sódio não causou alterações no diâmetro das células. [7]

UM ALERTA PARA OS PRODUTOS FEITOS A BASE DE GEL

No mesmo estudo VELASCO (2008) utilizou as mesmas formulações, porem desenvolvidas a base de GEL. Após aplicação (tópica) por 21 dias, NÃO FORAM OBSERVADAS ALTERAÇÕES significativas no diâmetro das células de gordura tratadas com essa forma de cosmético. [7]

O referente estudo não deixa clara forma exata de aplicação, porém muitos profissionais têm utilizado cosméticos à base de GEL de maneira errada. Composições com essa base são altamente voláteis, e quando são friccionadas na pele, consequentemente aquecidas, estão suscetíveis a perda de propriedades ativas. Ou seja, GÉIS NÃO SÃO A MELHOR OPÇÃO PARA MASSAGENS.

A melhor forma de aplicação tópica de formulações em GEL é sem fricção. Ou até mesmo utilizando-se de recursos como a sonoforese (Ultrassom + Princípios ativos em GEL) [8]

Referências:

  1. Emanuele E, Bertona M, Geroldi D. A multilocus candidate approach identifies ACE and HIF1A as susceptibility genes for cellulite. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2010;24(8):930–935.
  2. Mirrashed F, Sharp JC, Krause V, Morgan J, Tomanek B. Pilot study of dermal and subcutaneous fat structures by MRI in individuals who differ in gender, BMI, and cellulite grading. Skin Res Technol. 2004;10(3): 161–168.
  3. Kruglikov I. The pathophysiology of cellulite: can the puzzle eventually be solved? J Cosmet Dermatol Sci Appl. 2012;2(1):1–7. 5. Rossi AB, Vergnanini AL. Cellulite: a review. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2000;14(4):251–262.
  4. Lesser T, Ritvo E, Moy LS, et al: Modification of subcutaneous adipose

tissue by a methylxanthine formulation: A double-blind controlled

study. Dermatol Surg 25:445-462, 1999

  1.     Dias M, Farinha A, Faustino E, et al: Topical delivery of caffeine from some commercial formulations. Int J Pharm 182:41-47, 1999
  2.     Potard G, Laugel C, Baillet A, et al: Quantitative HPLC analysis of

sunscreens and caffeine during in vitro percutaneous penetration studies.

Int J Pharm 189:249-260, 1999

  1.    Velasco MV, Tano CT, Machado-Santelli GM, et al: Effects of caffeine and siloxanetriol alginate caffeine, as anticellulite agents, on fatty tissue:Histological evaluation. J Cosmet Dermatol 7:23-29, 2008
  2.    Boucaud A, Machet L, Arbeille B, Machet MC, Sournac M, Mavon A, Patat F, Vaillant L. In vitro study of low-frequency ultrasound-enhanced transdermal transport of fentanyl and caffeine across human and hairless rat skin. Int J Pharm. 2001 Oct 9;228(1-2):69-77.

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Prof. Ricco Porto

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Ricco Porto

Esteticista e Cosmetologo. Pós Graduado em Estética Facial e Corporal, Gestão e Docência em estética, Educador, Pós graduado em Docência do Ensino Superior. Mestrando em Educação. Membro representante da Federação Mundial de Massoterapia (World Massage Federation) desde 2014. Sendo a primeira escola Brasileira com esse título. Docente em cursos de Estética e Massoterapia, atuando como profissional dessas áreas há mais de 17 anos. Palestrante Internacional em Workshops, Simpósios e cursos. Diretor do Instituto Ricco Porto desde 2007.

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